A famosa foto da autópsia de um tripulante da nave que caiu em Roswell

Em meio ao emaranhado de mistérios que cercam o famoso Incidente de Roswell, ocorrido em julho de 1947, poucas imagens despertaram tanto fascínio — e ceticismo — quanto a suposta foto da autópsia de um alienígena. A cena é perturbadora: uma figura humanoide, de pele clara e cabeça avantajada, deitado sobre uma mesa cirúrgica, aparentemente sendo examinado por médicos. Para muitos, essa imagem seria a prova definitiva de que uma nave extraterrestre realmente caiu no deserto do Novo México e que seu tripulante foi capturado (ou recuperado morto) pelas autoridades americanas.

Mas qual a verdadeira origem dessa imagem? E o que a ciência e os investigadores independentes conseguiram descobrir sobre ela?

O contexto do incidente de Roswell

Como foi apresentado no terceiro episódio de nosso podcast, tudo começou em julho de 1947, quando destroços misteriosos foram encontrados em uma fazenda nos arredores de Roswell, no Novo México. O Exército dos Estados Unidos inicialmente anunciou a recuperação de um “disco voador”, mas recuou no dia seguinte, afirmando que se tratava apenas de um balão meteorológico.

Essa rápida mudança de narrativa alimentou décadas de teorias conspiratórias. Para muitos entusiastas da ufologia, o que caiu em Roswell foi uma nave alienígena, e seu(s) tripulante(s) teriam sido recolhidos e analisados secretamente pelo governo.

A aparição do vídeo e das imagens da “autópsia”

Foi somente em 1995, quase cinquenta anos após o incidente, que o mundo viu pela primeira vez a filmagem da autópsia de um suposto alienígena, divulgada por Ray Santilli, um empresário britânico. Ele alegou ter adquirido os rolos de filme de um ex-cameraman militar norte-americano, que teria registrado o procedimento secreto logo após o acidente em Roswell.

As cenas, em preto e branco, mostravam o que parecia ser um pequeno corpo alienígena sendo dissecado por médicos usando trajes protetores, em uma sala médica rudimentar. Diversas fotos extraídas do vídeo circularam rapidamente, sendo amplamente reproduzidas na imprensa, revistas ufológicas e documentários.

A imagem que você vê (ou imagina) ao pensar na “autópsia alienígena” provavelmente vem exatamente dessa gravação.

As evidências de fraude

Desde o início, muitos especialistas questionaram a autenticidade da filmagem. Anatomistas, cineastas e investigadores notaram diversos detalhes suspeitos:

  • A suposta criatura apresentava características humanas simplificadas, como se fosse um boneco ou manequim.
  • O procedimento médico era incompatível com protocolos reais de autópsia — especialmente por parte de profissionais militares.
  • O cenário da filmagem parecia improvisado e teatral.
  • O material do “filme antigo” não apresentava degradação compatível com uma gravação dos anos 1940.

Após anos de controvérsia, em 2006, o próprio Ray Santilli admitiu que a filmagem divulgada era uma reencenação feita com um boneco, mas alegou que ela teria sido baseada em um vídeo real, que estava deteriorado e incompleto. Ou seja, segundo ele, o conteúdo original teria existido, mas precisou ser “reproduzido” para fins de registro e exibição pública.

Essa justificativa, porém, não convenceu a maioria dos investigadores e pesquisadores sérios. O consenso predominante é de que a filmagem (e, consequentemente, as fotos derivadas) foram uma fraude elaborada com fins comerciais.

Impacto cultural

Apesar de sua autenticidade questionável (ou justamente por causa dela), a imagem da suposta autópsia se tornou um dos maiores ícones visuais da ufologia moderna. Ela alimentou dezenas de livros, filmes, séries e até videogames. Serviu como combustível para os que creem em encobrimentos governamentais e como motivo de zombaria por parte dos céticos.

Mais do que uma simples imagem, ela se tornou símbolo do eterno conflito entre fé e evidência, entre mistério e racionalidade.

Conclusão

A famosa foto da autópsia de um suposto tripulante da nave de Roswell continua a intrigar, mesmo após ter sido exposta como fraude. Seu impacto vai além da verdade factual: ela toca no imaginário coletivo, reforça teorias conspiratórias e nos lembra do quão poderosa pode ser uma imagem — mesmo quando fabricada.

Se foi tudo um grande engodo ou apenas uma reconstituição mal compreendida, cabe a cada um decidir. Mas uma coisa é certa: a figura deitado sobre aquela mesa, com seus olhos grandes e corpo frágil, dificilmente será esquecida.

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